Todo o pó
Todo o pó que acumulei
não me chega
quero mais
muito mais.
Sobre as mesas
as cadeiras
os candeeiros
mais daquele pó fino
quase invisível,
porem lá,
a marcar a presença
na sua aparente invisibilidade.
Todo o pó que acumulei
não me chega
quero mais
muito mais.
A dar-me o sinal do tempo,
a levar-me até ele
pela mão do agora
que deixei lá atrás.
Todo o pó que acumulei
não me chega
quero mais
muito mais,
para ter o que limpar.