Da apatia ao exagero
Pode tombar, quedar, amolgar, passar, que não vou estar nem aí.
Olho no éter, as horas que escorrem, sem me importar.
Crio de raiz os momentos afásicos de que me alimentarei mais tarde.
Continuo, convexa de vontades, insonsa de paixão,
até que um sal se me acorde.
Num reinicio de chama que me clame a agir, a levantar, a erguer,
num vivo olhar que me importa.
Transplanto as acções e as emoções para melhores terrenos, ouso sonhar.
E aguardar que a colheita seja farta, em exagero, desmesurada,
quero dar, oferecer, vender e trocar.
Tenho tanto em mim que não me basto só.