Lavra
Lavra, da minha lavra
revolvendo o chão da palavra,
arando a terra que sedimentei
ansiando pelos frutos que colherei.
Lavra, do meu dia
embora sabendo-o não queria.
Lavra, desta tarde
da ânsia que se me arde,
onde o dia já não demora
e o já virará outrora.
Lavra, desta hora
que não o é senão agora
onde procuro lá adiante
o que tenho aqui vibrante.
Lavra, deste momento
Que seja o alimento,
humilde e puro
deste porto que se quer seguro.