A porta entreaberta de mim
Diz-me que a toalha na mesa da ultima refeição
sustenta as migalhas e os gestos secando no ar dos minutos.
Diz-me que a cama por fazer permite que os lençóis se conheçam,
a cada ruga e dobra desalinhada.
Diz-me que a roupa no cadeirão serão as finas camadas de uma outra pele,
esta por medida, de bom corte.
Mas principalmente, diz-me que com o ar que por ela passa
refresco a roupa, arejo os lençóis e faço voar as migalhas dos momentos
que não se quiseram nem perfeitos, nem emolduráveis.
Apenas vividos e arejados por uma porta entreaberta.